quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Até tu Bortolotto!?

Há uns 10 anos conheço o nome e a figura de Mario Bortolotto. Na época em que eu lia mensalmente a Revista Trip, publicação que sempre se considerou "alternativa", fui apresentado a esse teatrólogo, de peculiar figura, oriundo de Londrina e radicado na capital paulista. Eu devo ter essa revista até hoje.

Na matéria, me chamou a atenção o nome de batismo de suas criações. Por exemplo seu grupo de teatro, chamado "Cemitério de Automóveis" ou suas peças "Medusa de Rayban" e "Nossas Vidas Não Valem Um Chevrolet". Ao terminar de ler, elegi Bortolotto uma espécie de inspiração para uma vida rock'n roll. Pô, o cara tinha um teatro e um bar para sustentar sua filosofia de vida (pelo menos o que eu entendi que seria sua filosofia de vida) "viva fazendo o que você quer, com pouco dinheiro e honestamente".

Quase no final do ano passado, após anos sem ouvir falar no figura, ou melhor, após anos sem ir atrás do que o figura andava fazendo, fui surpreendido com uma notícia na capa do UOL de que Bortolotto tinha sido baleado numa tentativa de assalto e que seu estado era grave. Imediatamente passei a acompanhar seu estado de saúde através da divulgação da imprensa, até sua alta.

Ontem, não, hoje ainda (são 23h e 55min) li uma matéria de uma mostra que reúne seu , organizada por ele mesmo no Itau Cultural (de hoje até o dia 28 de fevereiro). Fiquei feliz, afinal o cara estava se recuperando e já trabalhando no lançamento de sua nova peça de nome genial: "Música para Ninar Dinossauros".

Mas estava eu no supermercado ainda hoje (tecnicamente ontem, afinal é meia noite e quatro), quando me deparo com a seguinte manchete na revista Contigo: "O autor de teatro Mário Bortolotto contra o drama que viveu ao ser baleado em São Paulo". Lembrei imediatamente de uma fala de Hause (a série de TV): "Quase morrer não muda nada. Morrer muda tudo".

Sempre discordei dessa oração, mas nunca soube explicar o porquê. Hoje, após ler a capa de uma Contigo na fila do supermercado, ficou mais do que claro.

PS: O cara continua sendo uma figura rock'n roll para mim.

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