quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A erosão promovida pelo tempo


Astros do rock não podem envelhecer. Uma pessoa que passou boa parte da vida agindo como um eterno adolescente, não pode mostrar os sinais da implacável desconstrução física que o tempo impõe.

Escrevo isso após ver uma imagem de Jimmy Page, ex-guitarrista do Led Zeppelin, e seus cabelos brancos. O Led é mundialmente famoso pelas suas músicas (que do jeito que gosto, ainda falarei muito sobre elas), e se tornou mitológica por suas loucuras durante as turnês.

As loucuras eram, em sua maioria, protagonizadas por Robert Plant e John Bonham, mas, por exemplo, foi Jimmy Page quem comprou um castelo de Aleister Crowley, famoso satanista inglês.

Voltando ao assunto. Ao vê-lo com os cabelos grisalhos, não pude deixar de comparar a atual imagem desgastada de Page com a imortal figura de outro Jimi, o Hendrix, empunhando sua guitarra no auge de sua juventude.

Não faço aqui uma apologia à morte prematura de ídolos do rock, nem que uma pessoa fica muito velha para o rock’n roll, porém dá uma certa tristeza ver a ação do tempo, que passa para todos, nessas pessoas.

PS: Contrariando um amigo, que acredita que o layout do socialmente desajustado não vai bem com foto, vou postar a imagem de Page mesmo assim.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Lições de telejornalismo


O que vou escrever é impreciso e sobre uma notícia velha. Tem um programa do canal Sony chamado “The Daily Show” que costumo acompanhar em minhas noites insones. Ele consiste em apresentar, de maneira bem humorada, as notícias de destaque da imprensa televisiva norte-americana.

Há algumas semanas, vi a cobertura de uma mobilização em Washington DC, em frente a Casa Branca, a favor de um projeto de lei que legaliza a união civil entre homossexuais. Conservadores até o caroço, os americanos acompanharam esse fato pela televisão sem ter a real perspectiva do que se tratava de fato.

Em suas matérias, os repórteres dos telejornais apresentavam a mobilização de maneira simplista, preconceituosa e minimizada, mas com imagem. Até aí normal. A Globo por aqui também é especialista em minimizar ou amplificar fatos de acordo com seus interesses comerciais.

Porém me chamou atenção a cobertura feita pela Fox News. A emissora tem uma sede de frente para a Casa Branca, mesmo local da mobilização, e não se dignou a mandar, no dia, uma equipe para cobrir in loco. A direção de jornalismo preferiu mandar, no dia seguinte, uma repórter para mostrar as imagens do local onde foi a passeata vazio, sem uma única alma viva. Uma aula do que não é jornalismo.

Esse fato é cômico. Não retrata nem metade do jornalismo tendencioso de direita que ajudou a eleger George W. Bush.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sou antigo, mas nem tanto...

Sempre fui um cara avesso a novas tecnologias. Sou daquele tipo de idiota que as vezes diz: “Eu nasci na década errada. Devia ter nascido nos anos 50”. Por conta disso demoro séculos para me familiarizar com as melhorias do mundo cada vez mais moderno.

Hoje em dia o YouTube é algo incorporado ao meu dia-a-dia, mas me lembro da relutância que tive em usá-lo. Para mim não existia nada mais bobo e inútil do que um site que tinha vídeos das mais diversas naturezas. Até que um dia o desafiei: fui atrás de clipes que na via há séculos na televisão, desde quando a MTV extinguiu o Gás Total (alguém com menos de 25 anos sabe quem é Gastão Moreira?). E estavam todos lá.

Ainda sou antiquado, minha relação com o YouTube é quase que somente musical. Raramente vou atrás de vídeos engraçados ou tragédias de proporções bíblicas. Deixo aqui o endereço do clipe que me uniu a essa maravilha. Copia e cola no navegador

Um dia aprendo a mexer direito nesse troço.

http://www.youtube.com/watch?v=wyokRzdDQ9A

Futebol real x virtual

Este fim de semana vi o meu Tricolor abrir 2 míseros pontos de vantagem na liderança desse Brasileirão sobre o Flamengo. Algo inesperado de se ver até para o mais otimista dos são-paulinos. Enfim, coisas do nobre esporte bretão.

Classifico o futebol em dois: o real e o virtual. O primeiro é aquele que opera no campo dos negócios e negociatas, interesses pessoais e a tranqüilidade dos envolvidos em saber que é só um jogo ou um campeonato. O segundo é aquele das torcidas e seus delírios coletivos de competição de vida ou morte, cada jogo é “o” jogo, cada campeonato poderá ser o último título conquistado.

Fica óbvio constatar que a paixão fica quase que restrita ao segundo campo, mas nesse campeonato sinto algo diferente. Vejo que o futebol real se tornou passional. O resto do Brasil odeia o São Paulo.

Desde o início deste campeonato tenho uma cisma: estão todos contra meu time. Não acho que esteja sendo prejudicado em demasia, nem que estejam sendo desleal com os jogadores são-paulinos, mas sinto a explosão alegria debochada, de quase todos, com os tombos do tricolor do Morumbi. Até o Tostão já deu a pinta de torcer contra o São Paulo a favor do clube da Gávea.

São Paulo, Flamengo e Palmeiras estão na disputa. A tabela favorece mais o Flamengo, mas vamos ver no que vai dar.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Fear of the dark

Quando criança eu tinha um medo normal de escuro. Assistia muito filme de terror e isso, obviamente, refletia num certo desespero noturno até o cansaço me derrotar e eu dormir.

Hoje, com quase 30 anos, não sinto mais medo de escuro, pelo contrário só durmo na penumbra total, mas esse apagão de anteontem me fez lembrar de como a escuridão mexe com a percepção das pessoas.

Estava neste dia saindo do banho, quando fui jogado nas trevas por conta de algum incompetente que não fez o serviço direito. Blackout total. Com dificuldade para ver as coisas, me vesti e tentei ligar sem sucesso para minha namorada. Começa aqui a se alterar minha percepção.

No visor do meu celular apareceu a mensagem “somente para chamadas de emergência”, e fiquei imaginando o que de tão grave estava acontecendo para eu me deparar com tal mensagem.

Liguei o rádio e pus na CBN. A voz solitária da locutora me informava que o país tava no escuro. Repórteres entravam falando de outras cidades confirmando o caos instaurado por conta da situação. Até que ela tentou falar com alguém em Santos e ficou um silencio sepulcral do outro lado. Pensei: Seria o Armagedon? Logo outro pensamento me ocorreu: como os meios de comunicação em tempo real informariam o final do mundo? Estava com sono e nem pensei na resposta. Fui dormir.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A árdua tarefa da estréia...

Sempre tive fascinação por blogs. Acreditava que seria um instrumento da democratização e diversidade da comunicação. Porém, mesmo achando isso, sempre tive preguiça para esse tipo de coisa. Não sou muito afeito a ler opiniões uma vez que tenho as minhas, inclusive sobre assuntos que desconheço totalmente.

Mas eu mudei. Hoje em dia leio e valorizo a pluralidade de opinião. E por conta disso, acabei convencido a divulgar minhas singulares opiniões nessa imensa rede virtual.

Estou aqui fazendo minha estréia na cara e na coragem, sem nenhum tema específico para discorrer no momento, mas pretendo praticar nesse blog um conselho de Luiz Fernando Veríssimo: para escrever bem, tem que escrever todo dia. Atualização diária não é um compromisso. É uma intenção.

Hoje fico por aqui. Até amanhã!