segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Reflexões que (não) levam a nada

Voltei após um longo recesso!

Escrever é um hábito. Um mês afastado de qualquer atividade intelectual foi o suficiente para truncar minhas ideias (tentando seguir a nova regra gramatical) e dificultar a produção de qualquer texto. Mas por força da profissão, serei logo obrigado a retomar o ritmo.

Quando era adolescente, fui uma pessoa contrária a religião. Achava que era mero instrumento de dominação que impunha aos seus seguidores, através do medo, um cabresto moral tão poderoso que censura até pensamento. Eu não entendia como qualquer pessoa alfabetizada de fato, capacitada a ler e entender, poderia se submeter ao controle da fé.

Mesmo sabendo que religião é um daqueles temas que não se deve discutir, eu provocava as pessoas religiosas (as da mesma idade, as mais velhas evitava por respeito geriátrico) para tentar provar que estavam erradas. Essas discussões eram homéricas e eu tentava por um ponto final fazendo a seguinte indagação: Se Deus é tão poderoso, Ele conseguiria criar uma pedra que nem Ele mesmo possa carregar?

As respostas eram quase sempre tão imbecis quanto a própria pergunta. Nunca ninguém me falou algo satisfatório e eu sempre saia com a sensação de vitória.

Porém, o tempo passou e aprendi a conviver pacificamente com religiosos e suas crenças. Passei inclusive a defender a existência da religião, principalmente pelo doutrinamento moral que tenta impor aos seus fiéis. O ser humano tem caráter falho por natureza, e hoje acredito que a doutrina religiosa ajuda a estabelecer um pouco da ordem no nosso conturbado dia-a-dia.

Hoje sou contrário a pessoas como eu fui. Ateísmo radical é tão chato quanto fanatismo religioso. E pior, ateus, no geral, se acham detentores da sabedoria universal, que desvenda todos os segredos que há milênios inquietam o ser humano: a vida é fruto de uma mera coincidência de elementos químicos, pressão e temperatura. E claro, nada existe depois da morte.

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